quarta-feira, setembro 22, 2004

Vede! a Colina Inclinada da minha Cidade Natal!

Hoje estava eu no autocarro, pensativa e cansada, quando tive uma visão... Almada. Um aglomerado de prédios quase todos brancos, com o Cristo Rei no topo, glorioso, de costas para saudar o Tejo e a sua outra margem, ou a guardar contra os ventos e tempestados o solo sagrado nas suas costas (a primeira coisa em que pensei). É um monte! Agora todas as peças se encaixam. O porquê de subir e descer para ir a determinados sítios. A subida inclinada que depois desce subitamente. è engraçado como vivemos anos num local, e como palminhamos todos os dias tanto da nossa cidade, logo sentindo na pele (dos pés!) todas as suas inclinaçõezinhas e descidas, sem nunca termos realmente compreendido o que estava mesmo por debaixo dos nossos pés. Os caminhos estavam lá e ponto final! Que interessava o plano dos mesmo? Porque haveria eu de perturbar os meus pensamentos fervosos, com a visão do caminho dos meus pés no espaço? Nunca tinha visto a minha cidade tão monte, tão cidade, tão distante como vi naquele autocarro do Feijó. Uma cidade como sempre a descrevi: Cinzenta! Sim... Cinzenta apesar dos prédios brancos e multi-colour pré-fabricados e da hora ensolarada que estava. Não o cinzento das prisões, não o cinzento da angústia, mas o cinzento da busca, o cinzento dos sonhos... Não dos sonhos de luz e gloriosos, mas dos sonhos de mistério, de glória despercebida mas honrada, de nostalgia, de aventura, de enigmas, de algo indiscritivelmente familiar... A minha cidade é urbana e só agora é que eu me apercebi o quanto. A minha cidade é a cidade dos meus sonhos agradáveis mas cinzentos, porque busco nos meus sonhos o que encontro sem ver na cidade... Aquele algo indescritivelmente familiar... Vejo sem olhar com os olhos.


(Nota: Título adaptado de um celebre livro escrito pela personagem fictícia Adrian Mole, nos livros com o seu nome, da autoria de Sue Townsend!
Nota 2: Um dos piores textos que já devo ter escrito, mas sinto mesmo isso.
Nota 3: a última frase foi inspirada no meu Vizinho!)

Turu? Turu turu turu?

"se esse turu tatuado no meu peito... nem estou dormindo mais, já não saiu com os amigos, sinto falta dessa paz que encontrei no seu sorriso... qualquer coisa entre nós vem crescendo pouco a pouco e já não nos deixa sós, isso vai nos deixar loucos... esse turu turu aquii dentro... que faz turu turu quando você passa... meu olhar decora cada movimento, até seu sorriso me deixar sem graça... "

É assim que me sinto... Amanhã vou ter a apresentação para voltar para a escola outra vez e apesar de estar obviamente, de certo remoto modo, entusiasmada com isso, o que me causa esta sensação esquisita no estomâgo é saber que "manhana" à tarde - vou gritar cada vez que vir uma alforreca - contigo... Cagamos para os nossos amigos e vamos os dois apanhar umas ondas... ou alforrecas na cara...

Bem 'té manhã pessoal! Boa noite a todos! Já agora aproveito só para dizer que tive um dia muito bom hoje! =) Preenchido e cheio de risos. Às vezes acho que a coisa que eu gosto mais é de rir... rir... rir... Sabe tão bem cair duma cadeira para o chão a rir, ou rir no meio da rua sem conseguir parar, ou estar com um amigo/a na palhaçada, ou estar na marmelada a rir, ou rir já com uns quantos copitos em cima, ou rir de medo, ou aquele riso da vitória, ou rir pura e simplesmente de felicidade...

sábado, setembro 18, 2004

My Way

No ínicio desta semana (terça, portanto não foi bem no início, foi um bocadinho a seguir ao início, por isso já não foi bem no início, mas também não foi no fim! Só que ainda não foi a meio, isso é quarta, mas pudemos dizer que foi no início do meio, só que como isso é o fim do início eu vou só dizer que foi no ínicio e parar com este estúpido jogo de palavras) fui ver um dos tão falados concertos da Madonna. Tenho a dizer que sim... que ela canta muito bem, melhor do que eu pensava que cantasse em concerto e que o concerto apesar de ter sido um dos melhores que eu já vi, não valia os 100 euros que custava o meu bilhete, que felizmente não fui eu que paguei. Ouvir e ver a Madonna a cantar ao vivo, é ouvir e ver a Madonna a cantar ao vivo, mas não vale tanto dinheiro. No concerto estavam só casais abraçadinhos a cantar o "Like a Prayer" dos seus 30 anos (ou seja, aqueles que têm dinheiro para pagar os bilhetes e viveram no apogeu da Madonna), teenagers a dizer "É pá fogo! Esta música é linda!", caramelos a dançar à ET e maricons em delírio com camisolas a dizer Like a Virgin, música que todos esperavam que a Madonna cantasse, mas que acabou por não cantar. Eu saí de lá contente. Ela cantou a sua minha preferida (este trocadilho é giro): Frozen. E também cantou o Imagine all the people. Eu fiquei apenas a olhar, porque essa música recorda-me cenas um bocado tristes (quatro gajas no meio duma sala a cantá-la e eu a fazer um esforço enorme para não me partir a rir), mas achei elegante o gesto simbólico de a cantar. As outras pessoas entravam em delírio, enquanto eu me lembrava de momentos embaraçosos e me divertia a fazer jogos de luz com o isqueiro, até este me começar a queimar os dedos, eu dar um berro e guardar a porcaria do isqueiro na mala. No fim do concerto (mesmo no fim), a seguir ao delírio da música Holiday, fechou o palco com a seguinte frase: "Reinvented yourself" (tradução: Reinventa-te a ti mesmo). Se não lerem o "é" como eu fiz, também pode ficar "Reconvida-te a ti mesmo", uma frase quase tão estúpida e profunda como a primeira. Enfim, no global acho que se pode dizer que gostei, apesar de ter ficado ali a sismar no reconvida-te e a pensar que demónio é que me teria feito ir vestida de branco (!!!), feita (ainda mais) parola para o concerto da "Rainha do Pop" (err.... não sei o que é pior, se isto se "Material Girl"!) Foi uma noite bem passada pronto! A única parte que eu não gostei foi quando ela simulou emoção e fingiu estar a chorar por causa do "incondicional apoio dos fãns". Foi teatro a mais, então quando se pôs a "limpar as lágrimas" ao saiote escocês acho que ia vomitando (e eu não estava assim tão bebâda!) mas enfim... (P.S - a Madonna é bonita... ao longe... com maquilhagem não esteve nada mal!)


Finalmente o Sô Sampaio decidiu-se a fazer uma crítica ao brilhante governo que nos deu! "Mais seriedade na Educação". Mais seriedade em tudo meu caro!! Aposto que agora já não deves estar tão confiante, como estavas quando puseste aquele palhaço no governo. E nós que nos lixamos não é maldito fundamentalista?! Primeiro o maior escândalo de sempre desde o escândalo da censura ao livro do Saramago: o barco do aborto! E agora estes palhaços não colocam os professores, não vão assistir à abertura de um ano em que vão ser incumbidas ideias fundamentalistas, retrogadas e antiquadas nos seus sucessores e ainda gozam com o trabalho das pessoas (para mim haver escolas a não abrir por falta de professores é gozar com a cara das pessoas!!). Agora só quero ver é em que ponto vai ficar o "'tado" do Borrãozito lá naquelas coisas da União Europeia, que ainda nem eleito presidente foi! Cá para mim vai ficar todo enterradito... na merda! Na merda que este Governo e os retrogadas que o presidem tornam o nosso país!!! Heróis do Mar? O nosso ministro do Mar, o Sô Paulo Portas é tudo menos um herói! Um safado isso sim! Vadre Retro Santana'z!!! E já agora quando é que o P.S. elege o Manuel Alegre para representante do partido?! Não percebo porque é que as pessoas não vêm o que está mesmo à frente dos olhos! Qual Ferro Rodrigues qual quê! Já bem basta o Sampaio ter permitido aquele inergumeno assumir as rédeas do nosso tão espancado País! E pronto, já chega de Política que eu começo a ficar revoltada.


Agora um texto bonito:

A adrenalina subiu-me ao sangue, enquanto sentia a velocidade da prancha por debaixo de mim. Aproximámo-nos muito quando os nossos caminhos se cruzaram na tentativa de ultrapassar um obstáculo e iamos chocando. No último momento virámo-nos para lados opostos, eu com uma gargalhada e tu com um sorriso, e ultrapassámos o obstáculo. Um bando de putos a brincar à beira-mar. Com uma meia volta, levantámo-nos e saimos da água de pranchas na mão, o cabelo molhado e o sorriso cúmplice que dizia: "Como é que é possível termo-nos metido nisto?". Depois falámos dos pés. Estavamos os dois com os pés doridos, por mais estranho que fosse. Gozámos durante mais um bocado com o mar parado que tinhamos diante de nós e connosco próprios por estarmos ali. Depois disseste que te querias sentar, então entrámos na água e sentámo-nos nas pranchas, com algumas gargalhadas pelo meio.
Há três dias seguidos que iamos os dois juntos enfrentar a força das ondas. Ainda não sei o que me fez ter reparado por acaso que a tua cara me era conhecida no autocarro e ter arranjado paciência para te ter interpelado.
Hoje ainda não tinhamos conseguido fazer nada de jeito com aquela literalmente "má onda" toda, por isso ficámos os dois, durante muito tempo, a conversar enquanto iamos sendo arrastados "lá para fora", pela maré e pelas rochas. Quando dei por nós estávamos os dois sozinhos, rodeados de azul, sentados nas pranchas a mais de provavelmente cinco metros de profundidade a falar sobre surfistas e pescadores. Falaste em ir comer um gelado, por isso após termo-nos sentado durante um bocado nas rochas a deixar secar um bocadinho os fatos, lá fomos nós. Eu bebia uma cola, enquanto tu me fazias rir com os promenores acerca do tamanho do teu gelado. Enquanto falávamos eu usava inconsciente o meu olhar penetrante, absorvendo como uma esponja os teus movimentos e tentado tirar alguma conclusão disso. O que é que es estava a fazer ali? Olhaste-me com um olhar agradável indefinível. Depois percebi que o agradável era olhares para mim nos olhos enquanto falávamos tal como eu fazia e que o indefinível era esse olhar ser tão penetrante como o meu. O meu era feroz, como sempre foi, o teu era calmo, como presumo também sempre foi, mas eram os dois uns olhos escondidos de falcões a ser simpáticos um com o outro, a desfrutar daquela companhia, enquanto analisávamos inconscientemente o que estava na nossa frente, sem no entanto julgar. Tal como eu também não julgas, por isso sentia-me à vontade e fui verdadeira. Ficámos algum tempo sentados na esplanada a gozar do Sol e a conversar como qualquer outro Tuga que se preze. A seguir voltámos para a praia, de pranchas nas mãos. A minha do lado esquerdo, ao contrário do que me é custume e a tua do lado direito, também ao contrário do que custumas fazer, de modo que as nossas mãos livres ficaram por acaso viradas um para o outro tocando-se de vez em quando imperceptivelmente. Instalámo-nos na areia, a aproveitar o final daquela semana e a companhia um do outro. Por fim, quando nos separámos para irmos ambos para nossas casas, combinámos que me ligavas segunda se não tivesses as tuas aulas da tarde para irmos os dois surfar e que iriamos de qualquer forma quarta em que eu ainda não tinha aulas e tu tinhas a tarde livre. Com um último sorriso magnifico despedimo-nos e partimos mais uma vez para lados opostos. Será que nos voltamos a encontrar na próxima curva?


Agora três à partes:
1 - a minha FoRmiGa preferida, mais a sua mana bebé linda e o resto da família foi fazer umas mini-férias ao Algarve e só volta na segunda-feira.
2 - Ilusionista agora que estás de volta quero mais post's ok? Já me fazes tanto rir, agora quero também que me ponhas a chorar com esse talento, que tal como o meu não é só jogar Matrecos...
3 - O Gonçalo é o maiOr!

quinta-feira, setembro 16, 2004

err...

274. O QUE MAIS DETESTO - A TiXa postou sobre o q + detesta e eu, nas minhas ferias, sigo o exemplo: como todos sabem oq + detesto sao os homens pelas suas carateristicas: mentirosos, broncos, ignorantes agressivos (cuja maxima expressao sao os tripeiros q detestam estudar), agressividade e violência gratuitas (fruto de serem demasiado imbecis e ignorantes para conseguirem dialogar, etc.), sem moral excepto acom q tiranizam os outros, etc. -Como dizia dantes, os homens sao como os caes, o mesmo comportamento mas sem as mesmas vantagens...

# posted by Alex Silva @ 1:44 AM


Bem... para começar este post a que o Alex se está a referir é meu e não da FORMIGA (já não é tiXa)! E depois... estou revoltada! Pelos comments que foram feitos pensaram pelo comentário do Alex que EU (ou seja a tiXa :S) não gostava de homens! O que não é mesmo nada verdade! Até tenho um post chamado "Gosto de Gajos"! POr amor de Dio!! Eu GOSTO DE GAJOS ok? E a FoRmiGa (tiXa) também!

terça-feira, setembro 14, 2004

Silêncios Perdidos - II Parte

Informalmente voltei a levar o garfo carregado de comida que não saboreei à boca, para a seguir pegar no copo de refrigerante e verter o seu líquido apaziguador nos meus lábios inssaciáveis. Por alguma razão que não compreendi levantei os olhos em direcção à porta e vi-te entrar humildemente no "Buffet". A tua entrada revolucionou por completo os meus sentidos e os meus pensamentos. Comecei a pensar em ti e no que se havia sucedido para eu me sentir tão estranha. Dei por mim a pensar no teu olhar e a desejá-lo vê-lo pousado em mim novamente. Quanto mais pensava, mais compreendia o que via no teu olhar meigo e curioso: o reflexo de "pedaços de silêncios perdidos que voltei a encontrar em ti". O teu olhar não era de desejo, não era de luxúria, nem sequer de apreciação. Era um simples olhar curioso e interessado a observar-me. A mim. À minha maneira de estar, não ao meu corpo ou às minhas formas.
Pensei em ti e na tua imagem. Não eras especialmente bonito, mas eras atraente. Não despertavas a luxúria do prazer, mas despertavas o interesse. Não te queria tocar ou saborear os teus lábios, mas desejava ardentemente ficar a olhar para ti e para os teus olhos meigos e profundos. Levantei-me, dirigindo o olhar pela sala à tua procura, sem te encontrar. Sozinha subi o elevador e no caminho de me dirigir ao quarto parei defronte a um espelho, perguntando-me se iria encontrar neste a imagem dos teus olhos.
Durante um segundo existi.
Não... Não era os teus olhos que eu via no espelho. Eu via uma gaja curvilínea, vestida elegantemente, com os cabelos soltos despreocupadamente, com os lábios convidativos ligeiramente entreabertos e os olhos... os olhos selvagens e profundos, plenos de um brilho que irradiava vida e que deixavam naquele momento fugaz transparecer o sentimento indefinível que me assolava, causando-me um ardor no peito, que se escapava para o brilho do meu olhar de cada vez que me lembrava de ti. Uns olhos de falcão, tão diferentes do teus olhos meigos e pacatos, cujo brilho, era no entanto tão inexplicavelmente igual ao meu...
Nessa noite não te voltei a encontrar, mas a tua recordação não saiu do meu pensamento, tal como a pergunta que nasceu dentro de mim: "E agora?" Que faço amanhã quando te voltar a ver? E que faço se não te voltar a encontrar...?"

sábado, setembro 11, 2004

Silêncios Perdidos – I Parte

Elegantemente voltei a impulsionar o corpo, para o fazer mergulhar nas águas da piscina. Abri os olhos e deparei-me com um mundo de silêncio azul, onde todas as formas se tornaram distintas. Ondulei o corpo ao estilo mariposa e nadei sem rumo e sem pensar sempre em frente, até me começar a ressentir com o ambiente aquático e os pulmões exigirem por oxigénio. Com uma última ondulação, voltei à superfície atirando a cabeça para trás e abrindo os lábios para sugar com sofreguidão o ar límpido que me rodeava. A arfar ancorei os meus pés no chão da piscina e fiquei por uns momentos a descansar.
Senti-me observada.
Instintivamente virei a cabeça para o lugar onde estavas sentado calmamente a observar-me e a tua imagem não me disse nada. Indiferente voltei a mergulhar e apressei-me a nadar para outro ponto mais afastado da piscina. Voltei à tona da água e os meus olhos dirigiram-se impulsivamente para o lugar onde sabia que estarias e os nossos olhares cruzaram-se por um momento. Mais uma vez mergulhei e mais uma vez voltei à superfície para te observar.
Eras diferente.
A antipatia que inicialmente havia sentido dissipou-se e desenhei uma imagem da tua personalidade na minha cabeça. Eras um barco em alto mar à procura de um refúgio... Tal como eu.
Calmamente saí da piscina, com um último olhar na tua direcção e fui para a espreguiçadeira estender-me ao Sol.
Quando voltei já não estavas à vista e isso na altura também não me incomodou.

quinta-feira, setembro 09, 2004

15 Coisas que Não Gosto

  1. Injustiça (acima de tudo!)



  2. Mentira (verdade sempre! Mesmo que doa)



  3. Não saber o que fazer (a incerteza é horrível e a indecisão sufoca)



  4. Crueldade, humilhação e exagero (salvem-me dos melodramáticos, dos egocêntristas, dos maníaco-depressivos, das víboras, dos usurpadores, dos brutos, dos insensivéis e dos intolerantes... Why not peace & love? e eu não sou hippy!)



  5. Mesquinhez, futilidade e ignorância (acho que não posso negar a minha intransigência com certas pessoas por não saberem quem é o Gabriel Garcia Marquez ou que a República Dominicana é nas Caraíbas, já lá tendo passado férias (!!!) mas declamo ainda mais furiosamente a minha revolta contra o controlo inumano que alguns estados exercem sobre o povo através de ignorânica e medo!)



  6. Cigarros (um ódio crónico derivado duma família obssecivamente fumadora. Nem que seja por orgulho nunca hei-de tocar na merda da porra dum cigarro, porque já basta as merdas que me entram nos pulmões toda a puta dos dias!!!)



  7. Pessoas a dizerem excessivamente mal de Portugal (Pátria sempre porra!!! Pudemos não ser perfeitos mas de nada serve escarnecer se depois também não se faz nada para melhorar a situação!) , racistas ("não sou racista apenas tenho maior sensibildade a detectar as diferenças entre as pessoas" Tu e mais seis mil milhões de pessoas!!!) e machistas! (a esta última parte a raiva e a revolta não permitem comentários)




  8. Que interrompam o meu ritual no banho ou falem comigo quando estou a obrar (uma linda palavra) e acordar com luz (saiam da frente!)



  9. Ter que ler um livro por obrigação (tira o prazer! e tira tempo para ler outros livros! Imaginem o sofrimento da pobre coitadinha da foto!)



  10. Vaidade excessiva (convencidos emproados não! Modéstia é uma coisa muito bonita - e muito rara!)



  11. Empregados, velhas e tias metediços e chatos (e que nunca calam a merda da matraca!)



  12. Gelados (desde que me obrigaram a comer um "Corneto" durante uma visita de estudo da escola, nem cheirá-los! Se bem que deva reconhecer que têm bom aspecto, apesar de me enjoarem)



  13. Que me interrompam quando embrelhada na leitura,a escrever ao computador ou num ponto alto dum filme (deixem-me simplesmente sossegada! porquê oportunar-me com trivialidades como: "olha a cara do Manelito Barroso na televisão"? ou coisas como "a que horas queres jantar?" ou até mesmo "onde é que está a minha caneta"? Sei lá da puta da caneta! Mas as piores são: "vou-me deitar meu amor", ou então: "o teu irmão já saiu para a galdeirice?", ou mesmo: "Quando te vás deitar? Não venhas muito tarde porque tens que descansar!". Depois não sei como mas vejo-me rodeadas de pessoas aos berros a protestar contra a minha má eduação! Mas caralho, eu não sou mal-educada, eu simplesmente não tenho paciência! Porquê entrarem na sala a perguntar pelo jornal exactamente no ponto alto dum filme de suspense? E porquê depois começarem todos a berrar pelo jornal e a berrar comigo por simplesmente chamar a atenção de que estou a ver um filme? Não encontram a merda do jornal? Então vão cagar com outra merda qualquer para a casa de banho e deixem-me ver a puta do filme sossegada!!))


  14. José "Manel" Barroso feat. Santana Lopes feat. Paulo Portas feat. "Leitosa" (não comento)


  15. Quando eu era pequenina que os adultos me dissessem, após este iniciar de história "O quê? Ainda não és?" (depois ficavam a olhar triunfantemente como se tivessem dito algo de fabuloso!!)



segunda-feira, setembro 06, 2004

Descoberta

Descobri o prazer de ser sincera. A sinceridade é a melhor cura para a tristeza e a porta aberta para a fé e a esperança. Os medos oprimem-nos, os segredos devoram-nos, as mentiras consomem-nos e a vergonha aterroriza-nos. A sinceridade liberta-nos.

Acho que se pudesse pedir algo neste momento, pedia para nunca mais ter que mentir ou esconder algo. Mas infelizmente isso é impossível, por isso acho que nos cabe tentar ser sempre o mais verdadeiros possível.



"The Truth will set us free."

sábado, setembro 04, 2004

Não sei a palavra

Estávamos na discoteca, eu e um amigo meu, a beber e a conversar, quando vieste à baila. Acho que a responsável fui eu que perguntei por ti. Ele disse com um agr gozão: "Deve estar aí a engatar gajas. Ele passa o tempo todo a engatar gajas mas a verdade é que não come nenhuma." Eu limitei-me a responder: "Pois...". E ele disse: "Não é verdade?", ao que eu retorqui à falta de palavras com um encolher de ombros, para a seguir esvaziar o copo. Duvidava que tivesses reparado em mim, apesar de terem havido outros a fazê-lo por ti. Não interessava, também não queria que me "papasses"! Estou cansada desta estúpida paixão platónica, mas apesar de tudo um dos melhores momentos da noite (que verdade seja dita foi bastante má, para não dizer muito), ainda deve ter sido a viagem ao teu lado de carro, em que fiz figura de parva, devido à tua presença... quê? Não sei a palavra.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Um Olhar...

Hoje foi um dia importante para mim, que começou mal mas acabou bem. A razão que o tornou especial talvez seja revelada aqui amanhã, uma vez que eu gostava de a partilhar, mas ainda não tenho o "material" necessário. Vou relatar uma pequena parte do dia, uma vez que ultimamente os meus post têm sido isto. "Uma frase", "Uma dança", agora é "Um Olhar".

Estavamos no restaurante, numa das melhores mesas, de costas para a parede. À minha frente via-se a sala inteira (que não era propriamente grande, apenas estava cheia). Do outro lado da sala, sentado com uma amigo estava um gajo qualquer de frente para mim. Os nosso olhares trocaram-se instintivamente e eu vi o interesse nos dele reflectidos. Apeteceu-me brincar com a situação. Peguei numa batata com pimenta e levei-a suavemente à boca. Os lábios entreabriram-se sensualmente, os dentes afiados cortaram a batata e a língua transportou-a para dentro da boca, enquanto os meus olhos provocantes olhavam para o tipo com aquele olhar "You want a piece of me? Come... And get it!". O gajo até era giro e apesar de estar a jantar com outro e de estarem a beber uma garrafa de vinho não me pareceram gays. Repeti o processo da batata, mas reduzi os olhares a algo de fugaz mas intenso. Peguei no copo e levei-o aos lábios bebendo delicadamente o seu conteúdo. Um outro olhar provocante e um outro entreabrir de lábios, enquanto a cabeça estava puxada para trás. Veio a comida. Levava a colher à boca, lambendo suavemente os beiços de vez em quando (estava a comer uma massa) e no último instante olhava-o muito imperceptivelmente. Depois comecei a menosprezar e antes que o gajo fizesse ali uma cena qualquer parei. Simplesmente ignorei, apesar de continuar a sentir aqueles olhares interessados. Já tinha perdido a piada a brincadeira. Perdera antes de começar. Amanhã provavelmente repito o mesmo quando sair, desta vez com um copo de vodka e depois arrependo-me quando vier um gajo qualquer no qual não tenho o minímo interesse pedir-me para me conhecer ou para dançar, ou seja lá o que for. É claro que vou repetir o mesmo quando for às compras com as minhas amigas e quando estiver no meio da pista a dançar. Os gajos são tolos. Permitem que um simples olhar os controle. Por isso perdem a piada antes de a brincadeira começar. Por isso só gosto daqueles que parece que não posso ter. Por isso esses perdem a piada quando os tenho. Por isso estou sozinha. No entanto quero-te. Fascina-me só mais uma vez... Enquanto me fascinares, enquanto a admiração latente no meu coração te identificar, eu serei timida, apaixonada e tua. Fascina-me e eu serei tua. Depois deixa-me fascinar-te se conseguir e se me quiseres sê meu.

Até amanhã.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Uma dança

A música soava alta e com violência pelo quarto e eu entregava-me a ela com todo o meu ser, banhando-me naquele escape deleitoso dos meus problemas e preocupações. Rodopiava, rodopiava outra vez, inventava passos, agarrava-me à minha amiga e dançava com ela sem a ver. Apenas sentia os movimentos fluidos do meu corpo, o abanar elegante das ancas, o movimento suave das pernas, os passos firmes dos pés, o atirar a cabeça para trás, os olhos enevoados sem ver, a mente concentrada apenas no ritmo da dança. A adrenalina subia pelo sangue que fervia corando-me as faces. Agarrei no braço dele, que estava tão abatido, numa tentativa de o animar e disse: "vá... Dança comigo!". Ele disse que não, que não sabia dançar, o custume. Eu ri-me e disse: "Eu também não.". E não sabia. Não tinha qualquer técnica, qualquer plano de movimento, apenas me movia cortando o ar com a vida que me fluia nas veias. Dancei à volta dele uma, duas, três vezes. Sempre a rir e a cantar, até que vi o movimento sensual do meu corpo no espelho e o brilho ardente nos seus olhos pousados em mim, que tentava infurtivamente ocultar. Parei e com a minha descontração ri-me novamente. Agarrei-lhe na mão e saí do quarto que entretanto tinha ficado vazio.
Agarrou-me e eu senti o seu coração a bater com força debaixo da palma das minhas mãos... Não o olhei nos olhos com medo do que podia ver. E num momento pensei em tudo. Em mim a virar-me ligeiramente para trás para o olhar por debaixo das pestanas enquanto continuava a andar, no meu olhar gozão e provocador, nos beijos quase imperceptíveis que ele me deu no cabelo quando estavamos os dois no sofá, nos dedos entrançados, no abraço esfomeado, nas mãos atrevidas e no olhar brilhante. Um lapso de culpa trespassou-me como um raio. Com uma despedida apressada sai e fiquei envolta numa aura de tristeza. Não quero que ele sofra por mim. Ele não merece isso. Uma vez na rua limitei-me a olhar para o chão durante uns momentos mas distraida com a presença da minha amiga não pensei mais naquilo. Mas hoje, quando vi as mensagens subteis dele na forma de um excerto da música que "dançamos", os fantasmas da culpa voltaram...

...no es amor, lo que tu sientes, se llama obsecion...

Desculpa se te alimentei as esperanças... Desculpa se te fiz sonhar... Desculpa se te provoquei... Desculpa se o já tinha feito inconscientemente antes e o voltei a repetir... Tens que esquecer-me.

...Eu sou assim...

"I think I did it again... I make you believe... It might seams like a crush, but it doesn't mean that I'm serious... Oops! I did it again... I played with your heart... Got lost in the game... Oops! You think I'm in love... That I'm send from above... I'm not that inocent!"

...